Por: Alfredo Melo – O sonho de muitas cidades do interior e ter um sistema de iluminação, instalado em seu estádio. Para muitos, uma partida disputada sob a luz dos refletores, tem um charme muito especial. A cidade de Cabaceira Grande, fez uma grande festa para a inauguração de seu sistema de iluminação no estádio Adamastor Rosa, fundador da cidade, e convidou a seleção do município vizinho Jardim dos Mulatos para o jogo de inauguração. Seria o grande acontecimento do ano, na região.
O amistoso, logicamente, foi marcado para um sábado a noite com barraquinhas no centro da cidade e baile, no parque de exposição. O pequeno estádio, estava superlotado, parecia que todos os moradores da cidade estavam lá. A torcida de Cabaceira Grande, empurrava o time, exigindo a vitória, que seria a cereja do bolo.
A seleção de Jardim dos Mulatos parecia querer estragar a festa e trancada na defesa, segurava o 0x0. A partida continuava com a disputa entre o ataque de Cabaceira Grande e a defesa de Jardim dos Mulatos. Durante a pressão da seleção de Cabaceira, Duda posicionado na meia-lua da grande área, recebeu um cruzamento da direita, matou no peito, deixou a bola cair e de pé direito, chutou de voleio. Nesse instante, os refletores do estádio se apagaram.
Dez minutos depois, os refletores foram reacendendo, lentamente. Quando a iluminação foi restabelecida, o arbitro Zé da Brahma, estava com a bola embaixo do braço, se dirigindo ao meio de campo. Surpresos os jogadores da seleção de Jardim dos Mulatos, correram pra cima do arbitro, querendo saber o que ele tinha marcado. Zé da Brahma, serenamente, disse que havia marcado o gol. A revolta do time visitante, ameaçava o brilho da festa, até que Tonhão, capitão do time visitante, propôs ao juiz uma conversa a sós.
Quando ficaram a sós, Tonhão pediu ao arbitro, que explicasse como o gol foi marcado, pois, sem luz, ninguém viu a bola entrar. Zé da Brahma, calmamente, disse a Tonhão, que todo mundo que conhece o Duda, sabe que daquela posição, ele não erra uma.
Bem, até que enfim o Alfredo Melo assume a verdade que nunca quis calar: ele é o Gatinho Cruel, que agora sai de cena para dar lugar ao seu criador. Enorme criatura no sentido literal, na bondade, no caráter e no conhecimento profundo do futebol e das coisas boas da vida, inclusive pratos deliciosos. Ah, tem também a paixão pelo Botafogo cada dia maior…
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