Por: Alfredo Melo – Periquito é o Mascote Oficial do Palmeiras, criado nos anos 40 devido a cor da camisa e por existirem muitos periquitos, no bairro onde foi fundado, mas se sentiu ameaçado por um PORCO, surgido em 1969. Nesse ano durante a disputa do Campeonato Paulista, dois jogadores do Corinthians, o lateral direito Lidu e o ponta esquerda Eduardo, faleceram em um acidente de carro.
O Corinthians solicitou em uma assembleia da Federação Paulista, que seu próximo jogo fosse adiado e que se autorizasse a inscrição de dois novos jogadores em substituição a Lidu e Eduardo. Na época mudanças no regulamento, só poderiam ser feitas por unanimidade. O Palmeiras, através de seu representante na Federação Paulista de Futebol, José Gimenez Lopes, o quinto a votar entre os 14 representantes, encerrou a reunião, votando contra o pedido do Corinthians e quebrando a possível unanimidade, Gimenez, alegou, absurdamente, que o pedido deveria ser feito primeiro a CBD e ao Conselho Arbitral da FIFA e ainda disse, que se o pedido do Corinthians fosse aceito pela Federação Paulista, poderia não ser legitimado pela FIFA. A justificativa do representante palmeirense gerou duras críticas por parte da imprensa e pela diretoria corintiana.
O presidente Wadih Helou, do Corinthians, disse que o Palmeiras teve “espírito de porco” e que a diretoria do Palmeiras era composta por porcos. nascia ali, de forma negativa, o apelido do Palmeiras, citado pelas torcidas rivais até a década de 1980. O Corinthians que estava há 14 anos sem ganhar o campeonato paulista, após a morte dos seus jogadores, desandou no Campeonato. No quadrangular da fase final do campeonato perdeu seus três jogos, contra o São Paulo, Santos e Palmeiras.
Antes do jogo contra o Palmeiras, um torcedor corintiano, soltou no gramado um porco com a camisa do Palmeiras, aos gritos de porco, porco, porco da torcida corintiana. A torcida palmeirense, só não pirou de vez, porque o Palmeiras ganhou de 5×1. O Palmeiras viveu até 1986 com o apelido pejorativo.
O diretor de marketing do Palmeiras, na época, José Roberto Gobbato, resolveu transformar o apelido Porco, em um apelido positivo. Gobbato ouviu os conselhos da socióloga Silvia Calegari, funcionária do clube, para ela, assumir o nome era um antidoto para se livrar dele. Foi difícil para o Palmeiras, assumir isso, inclusive Gobbato, perdeu o cargo de diretor de marketing e o posto de conselheiro do clube. Gobbato, trabalhou, junto as torcidas Mancha Verde e TUP para que aceitassem a mudança do apelido pejorativo para o positivo.
Em um jogo contra o São Paulo, pela primeira vez, os líderes da Mancha e da TUP, desfilaram na pista de atletismo do Morumbi, com um porco nos braços. Uma semana depois o jogador Jorginho foi capa da revista Placar, com um porco nos braços, sinalizando que os jogadores, também, tinham adotado o Porco, como mascote.
A manchete era, Palmeiras quebra tabu, “dá-lhe porco”. No final da década de 90, Paulo Nunes, firmava definitivamente a aceitação do apelido comemorando gols do Palmeiras, com uma máscara de porco. Em 2016, a diretoria decidiu comparar os Mascotes do clube, Porco e Periquito passaram a ser mascotes oficiais do clube.
Bem, até que enfim o Alfredo Melo assume a verdade que nunca quis calar: ele é o Gatinho Cruel, que agora sai de cena para dar lugar ao seu criador. Enorme criatura no sentido literal, na bondade, no caráter e no conhecimento profundo do futebol e das coisas boas da vida, inclusive pratos deliciosos. Ah, tem também a paixão pelo Botafogo cada dia maior