Da Redação – A vida dentro de um hotel na capital dos EUA tornou-se a nova realidade para centenas de imigrantes que foram enviados de ônibus do Texas para Washington DC.
Pelo menos oito hotéis da capital dos Estados Unidos foram convertidos em um lar temporário para esses imigrantes, e seus movimentos são monitorados pelas autoridades locais.
Embora a situação deles possa parecer confortável dentro do hotel, os imigrantes expressam incerteza sobre seu futuro. Os serviços de saúde e outros requisitos especiais são em grande parte sua preocupação. Além disso, eles não sabem quanto tempo poderão ficar lá, e na maioria das vezes não têm planos para o futuro.
“É claro que muitos outros imigrantes ainda estão vindo, e aqui no abrigo eles estão nos ajudando na parte da saúde e da educação, o que é muito importante”, disse David Nema, um imigrante venezuelano.
O governo federal negou duas vezes a Washington a ajuda da Guarda Nacional para receber essas pessoas, mas o prefeito Muriel Bowser continua a fornecer-lhes abrigo e cobrir suas necessidades básicas.
“Vamos seguir em frente com nosso planejamento para garantir que quando as pessoas passarem por DC a caminho de seu destino final, tenhamos um ambiente humano para elas”, disse Bowser no Twitter.
We are going to move forward with our planning to ensure that when people are coming through DC on their way to their final destination that we have a humane setting for them.
— Mayor Muriel Bowser (@MayorBowser) August 22, 2022
Organizações e voluntários já ajudaram a receber mais de 8.000 solicitantes de asilo enviados do Texas desde abril, e mais de 15% deles ainda permanecem na capital, em hotéis convertidos em abrigos. Mas por quanto tempo a situação deles será sustentável?
“O refugiado que vem pedindo asilo político na fronteira não é o mesmo que aqueles que chegaram, por exemplo, do Afeganistão. São programas totalmente diferentes, e não há programa do governo para acompanhá-los a longo prazo”, explicou Tatiana Laborde, diretora da organização humanitária SAMU First Respond.
Vários dos imigrantes agradecem a ajuda, mas como não têm permissão para trabalhar e dada a incerteza sobre quanto tempo durará a assistência que recebem, estes não tem um bem-estar definido.
“Tive que ficar em um semáforo com o pequeno papel e pedindo ajuda”, disse o venezuelano Alfonso Quintero. “O que você quer é, obviamente, estabilidade, eu digo que é o que você pediria ao governo dos USA, esse é o maior favor que eles nos fariam”, disse.
A maioria desses imigrantes são venezuelanos.
A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) conta que os venezuelanos apreendidos na fronteira sul dos Estados Unidos já triplicam o número do ano passado.