Por: José Soares é Pastor –T empo do fim, urge resgatarmos o título “evangélico”, tão desgastado durante o decorrer desses vinte séculos, por homens que se dizendo de Deus, são na realidade pseudo-teólogos que têm adulterado a Palavra de Deus em prol de suas vãs filosofias e ideais anticristãs. Para exemplificar isto, mencionamos a mais recente teoria investida contra o cristianismo: a teologia da Prosperidade.
Esta tem como sua ação preferencial a riqueza, que tenta desvirtuar a igreja evangélica, de sua verdadeira finalidade, que é a excelência da vida cristã, ou seja, de uma agência evangelizadora a serviço do Reino de Deus, na esperança do êxito de uma vida secular abastada. Isto me faz lembrar o tempo em que o antigo povo de Deus (Judeus), desprezaram à Deus para cuidar cada um de seus interesses pessoais.
O resultado disso, foi o silêncio de Deus por 400 anos, do Profeta Malaquias a João Batista. A missão do Evangelismo Integral foi atribuída à Igreja do Cordeiro no dia de Pentecostes, em Jerusalém, Palestina, para evangelizar o mundo.
Já bem disse o escritor evangélico Claudionor de Andrade que a apostasia logo chegou a galope sob a proteção de Constantino, o Grande (272-337). A igreja agora, mais romana que católica, voltaria a Judeia não para falar de Cristo aos muçulmanos.
Instigada por Urbano II (1042-1099), a igreja voltava para retomar uma cidade onde o evangelho iniciou, mas não permaneceu e que, ainda hoje o povo judeu angustia-se na cidade santa, sem o evangelho da graça.
As cruzadas de uma cristandade apóstata e imperial, daquela época, investida pela Igreja Romana, ao invés de empunhar a Espada do Espirito, desembainhou o ego de sua arrogância para matar o corpo e desenvangelizar a alma dos gentios que ansiavam ouvir a mensagem da cruz. Do Calvário a ressurreição de Jesus, iniciou-se a vida cristã, mas foi da saída do Cenáculo que os cristãos efetuaram o mais autêntico Pentecostes, saindo para fora do cenáculo, na demonstração do poder concedido pelo Espírito Santo.
O resultado foi a semeadura e colheita de almas, que resultou na formação da Igreja de Cristo e a implantação do o Reino de Deus no mundo (At 2). Daí que, a igreja foi edifica por Cristo para sair para fora de Jerusalém e levar o Evangelho além da Judéia, Samaria, Antioquia e Roma, até alcançar os confins da Terra, com a Palavra de Deus.
A missão dos discípulos de Jesus não é de teologizar, mas de anunciar as “Boas Novas” de salvação, com as autênticas marcas da cruz de renunciar a si mesmo e seguir a Jesus (Mt 16.24). Nisto se incluem, não exibir títulos eclesiásticos de doutor em divindade, mestre e etc., mas efetuar a semeadura com a demonstração de poder e colher os frutos desse trabalho.
E como diz o Salmista: “Os que semeiam em lágrimas segaram com alegria”… (Sl 126.5-6). No contexto da salvação eterna, o ser humano vive num mundo injusto e mal, que jaz no maligno, Além disto, o pecado o afastou o homem de Deus (Is 59.2). Jesus veio para resgatar o que se havia perdido (Mt 2.28; 18.11). Cristo edificou a sua Igreja para dar continuidade a obra que Ele próprio iniciou. O salvo precisa compreender a sua missão numa perspectiva global, que é de amar à Deus e ao seu próximo como a sí mesmo (Mc 12.30 31).
Assim, o legado da igreja está alicerçado nesses dois parâmetros do Amor: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” segunda “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” ( Le 10.27). A ordenança do “Ide” de Jesus permanece nesses dois eixos, apontando para o homem que precisa de salvação (Rm 3.23; 6.23) e da restauração da vida de comunhão com Deus aqui na terra (1Jo1.3,6).
É isto que propõe o Evangelho de Cristo, mas é através do crente que o milagre da redenção acontece (Rm 10.13-15). Portanto, vamos evangelizar enquanto é dia, porque a noite vem quando ninguém pode trabalhar (Jo.9.4).
José Soares é Pastor, Bacharel em Teologia e professor de ensino sistemático de estudos Bíblicos como Professor de Escola Dominical e Faculdade de ensino Teológico em Boston