Da Redação – Após a derrota da candidata democrata Kamala Harris na eleição para a Presidência dos Estados Unidos, o presidente Joe Biden e seus assessores próximos estão em um momento de “acerto de contas” e reavaliação de rotas.
Entre aqueles próximos ao presidente, há duas visões opostas, de acordo com pessoas envolvidas nas conversas:
- A de que Biden deveria ter permanecido como candidato porque tinha coalizões mais fortes, ou que as perdas acentuadas dos democratas no executivo e no legislativo se devem à sua impopularidade.
- Outra corrente de pensamento, que o próprio Biden expressou: que a culpa é do ex-presidente Barack Obama e da presidente da Câmara Nancy Pelosi por jogarem Biden de lado em duas ocasiões distintas.
- Ha também aqueles que apontam o dedo contra Biden e afirmam que o presidente demorou demais para desistir de sua candidatura antes de fazer aparições públicas desastrosas em que penou para expressar suas ideias.
Erros de campanha
O partido Democrata não teve a capacidade de sensibilizar os eleitores americanos em torno de sua candidata, Kamala Harris, em temas fundamentais como a imigração ilegal, a redução do poder de compra dos americanos, aumento da sensação de insegurança e a regulamentação do aborto. Imigração, segurança publica e economia, foram, por outro lado, as apostas principais do Partido Republicano durante sua campanha.
Outra crítica é à sua escolha de vice-presidente. Kamala optou por Tim Walz. Dizem que, se tivesse ido com o popular governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, Kamala poderia ter levado o estado-pêndulo.
“Duas vezes nossos líderes partidários –em 2016 e 2024– deixaram Biden de lado por alguém que geraria mais entusiasmo e duas vezes perdemos. Biden continua sendo o único candidato que derrotou Trump, e ele foi jogado de lado mais uma vez”, disse um antigo assessor de Biden à Rede americana CNN.
Pato Manco
‘‘Pato manco” (lame duck) é uma expressão, usada principalmente na política norte-americana, que define o político que continua no cargo, mas que, por algum motivo, não pode disputar a reeleição e perde a expectativa de poder.
O resultado das eleições também coloca em questão como será o fim do mandato de Biden. Parte dos correligionários espera que o presidente passe seus últimos meses no cargo alardeando suas conquistas econômicas e de política externa.
Líderes estrangeiros, com quem Biden se encontrará pessoalmente no fim deste mês em duas grandes cúpulas, agora estão se movendo em direção a Trump e reajustando suas agendas.
E os eleitores sugeriram esmagadoramente que estão descontentes com a economia, sobre a qual esta eleição se tornou um referendo.
As primeiras analises dão conta de que Trump garantiu essa vitória ao preservar seu apoio entre homens e brancos sem diploma de ensino superior, latinos e homens negros, justamente a camada mais pobre dos eleitorado para o qual os Democratas não tem nada a ser dito.