Por: Edel Holz – Reclamar da grana curta, do marido chato, do chefe implicante, da comida que salgou demais virou um hábito? É difícil ficar feliz com a felicidade alheia? Você não tem empatia pra calçar o sapato do outro? É tempo de parar de reclamar e agradecer! Tenho um amigo entre a vida e a morte e se ele pudesse escolher, viveria. Estou viva. Então agradeço pela minha vida.
Em São Paulo, Sophia chorou de soluçar quando viu a pobreza da Cracolândia e a total diferença de mundos quando entramos no Museu da Linguagem em frente ao inferninho.
Disse a ela:– Viu a vida boa que você tem? A partir de hoje, agradeça por tudo e todos em teu caminho!
Ainda em Sampa, ao lado do nosso hotel, uma mulher grávida mendiga, vivendo em plástico e caixas de papelão. Ela ficou tão tocada, que todo dia levava comida pra ela.
Eu disse: – Agradeça por ter seus pais ao redor, amigos, casa pra morar em segurança e conforto. Eu agradeço a comida que como, a família que tenho, os amigos que amo, as viagens que me edificam, o trabalho que me fortifica. Agradeço o sol, a lua, os sonhos, o teatro, as palavras, as línguas que sei, os talentos que tenho e a vida maravilhosa que levo.
Com a idade, uma dorzinha aqui e ali vem de repente. Agradeço assim mesmo.
Tem os que vivem dores insuportáveis.
Agradeço por ser quem eu sou nesse mundo e por fazer muita gente feliz.
SOBRE A COLUNISTA: Edel Holz é a mais premiada e consagrada atriz, roteirista, diretora e produtora teatral brasileira nos Estados Unidos. Inquieta e de mente profícua, Edel tem sempre um projeto cultural engatilhado para oferecer para a comunidade brasileira. Depois de anos de ausência, Edel volta a abrilhantar as páginas de um jornal. Damos as boas vinda à poderosa e de mente efervescente Edel.