Da Redação – Os americanos celebram nesta quarta-feira, 19, o “Juneteenth“. A data que representa a emancipação dos últimos escravizados do Texas em 1865 e é amplamente comemorada no país como símbolo dos movimentos contra o racismo, e é feriado publico nacional.
Em 17 de Junho de 2021, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou a lei que transformava 19 de julho em feriado nacional, apresentada pelo Congresso americano e aprovada por unanimidade pelos senadores democratas e republicanos.
O “Juneteenth” já era considerado feriado em alguns estados do país, mas com o apoio do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), desde o assassinato do ex-segurança negro George Floyd, a pressão para que uma lei federal fosse aprovada só aumentou.
Por que dia 19?
“Juneteenth” é uma aglutinação, em inglês, da data June 19th (19º dia de junho). Dia em que os últimos escravos do país receberam a informação de que estavam livres – há mais de 150 anos.
Em 1º de janeiro de 1863, o então presidente Abraham Lincoln havia ordenado o fim da escravidão (cerca de dois anos e meio antes do 19 de junho de 1865), ao assinar a Proclamação de Emancipação.
Porém, durante a Guerra Civil dos EUA (1861-1865), os estados confederados do sul mantiveram o regime de escravidão – esse também foi um dos motivos da guerra.
O líder das forças armadas confederadas, General Robert Lee, assinou sua rendição em 9 de abril de 1865, mas levou mais de dois meses para que a notícia chegasse à pequena cidade de Galveston, no Texas, em um 19 de junho.
O governo dos EUA já se desculpou pela escravidão?
Durante uma viagem à África em 1998, o então presidente democrata Bill Clinton pediu desculpas pelo tráfico de escravizados.
Dez anos depois, a Câmara dos Deputados dos EUA emitiu um pedido de desculpas pela escravidão e segregação.
O movimento foi seguido no ano seguinte pelo Senado dos EUA.
Mas, para muitos, essas desculpas não são suficientes. Há pedidos nos EUA por reparações a descendentes de escravizados, mas a questão divide opiniões: em uma pesquisa realizada no ano passado, 74% dos negros americanos mostraram apoio a esse tipo de indenização, enquanto 85% dos brancos se opuseram a eles.