Por: Eliana Pereira Ignacio – Ola meus caros leitores hoje vamos falar sobre auto perdão um atitude curativa.
O perdão é um tema central tanto nas práticas psicológicas quanto na espiritualidade cristã. Na psicologia, aprender a perdoar-se é considerado uma das chaves para a saúde emocional e o bem-estar.
No contexto cristão, o perdão é visto como um mandamento de Deus, não apenas para com os outros, mas também para conosco. A junção desses dois ângulos – o psicológico e o cristão – oferece uma compreensão profunda de como perdoar a si mesmo pode ser a porta de entrada para o autoconhecimento, o crescimento pessoal e a superação de crenças limitantes.
O Perdão pode ser o caminho de Autocura. A psicologia tem se debruçado sobre os benefícios psicológicos do perdão, principalmente no contexto do perdão a si mesmo. Quando falamos de “perdoar-se”, estamos nos referindo a libertar-se de sentimentos de culpa, vergonha e arrependimento que, muitas vezes, nos aprisionam em uma prisão emocional. Esses sentimentos podem gerar um ciclo negativo de autocrítica que prejudica a autoestima e a confiança.
Segundo a psicóloga Dr. Frederic Luskin, diretor do Programa de Perdão da Universidade de Stanford, o perdão “não significa que você está dizendo que algo foi certo ou que o que aconteceu foi aceitável, mas que você está decidindo não carregar mais a carga emocional de um erro do passado” (Luskin, 2007). O processo de perdão, então, não é sobre esquecer ou minimizar o erro, mas sobre reconhecer que os erros fazem parte do nosso desenvolvimento humano. Aprender com esses erros é o que nos permite crescer e evoluir.
A psicóloga Brené Brown, conhecida por seus estudos sobre vulnerabilidade e vergonha, afirma que “a perfeição não é a nossa meta. A meta é aprender com os nossos erros, crescer e ser mais compassivos conosco e com os outros” (Brown, 2012). Perdoar-se é um caminho de autocompaixão, onde a aceitação dos próprios erros é vista não como fracasso, mas como uma oportunidade de crescimento. A Liberdade pode surgir atraves do Perdão.
Na perspectiva cristã, o perdão é um ato de libertação. A Bíblia é rica em ensinamentos sobre o perdão, tanto para com os outros quanto para conosco. Em Mateus 6:14-15, Jesus diz: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; mas, se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai não perdoará as vossas ofensas”. Esse versículo destaca que o perdão não é apenas um gesto de misericórdia para os outros, mas também uma maneira de nos libertarmos do peso do arrependimento e da culpa. Perdoar-se é o caminho para sermos perdoados, tanto por Deus quanto por nós mesmos.
De acordo com o cristianismo, muitas vezes nos apegamos a crenças falsas sobre nós mesmos, como a ideia de que precisamos ser perfeitos ou que nossos erros definem quem somos. Esses pensamentos distorcidos são como cadeias invisíveis que nos impedem de crescer espiritualmente e emocionalmente. Quando nos perdoamos, estamos liberando essas crenças falsas, permitindo-nos viver uma vida mais autêntica e em harmonia com o propósito de Deus. Em Romanos 8:1, Paulo escreve: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”. Essa passagem reforça a ideia de que, aos olhos de Deus, nossos erros não precisam nos definir.
Quando buscamos o perdão e aprendemos com nossos erros, temos a oportunidade de nos libertar da condenação que impomos a nós mesmos, e viver com mais liberdade e paz. Erra é uma meneira de aprendizagem, errar faz parte da condição humana, e em vez de temer ou evitar o erro, precisamos aprender a encará-lo como uma oportunidade de crescimento.
Quando somos capazes de perdoar a nós mesmos, podemos transformar nossos erros em aprendizado, entendendo que eles não representam nossa identidade, mas sim momentos de aprendizado e evolução. A psicologia cognitivo-comportamental (TCC) nos ensina que os nossos pensamentos têm um impacto direto sobre nossas emoções e comportamentos.
Se continuarmos a pensar que somos falhos e indesejáveis por causa de nossos erros, essas crenças nos levarão a ações e emoções autossabotadoras. A psicóloga Marsha Linehan, criadora da Terapia Comportamental Dialética (DBT), afirma que “aceitar-se como se é, com todas as imperfeições, é um passo essencial para a cura emocional” (Linehan, 1993).
Isso significa que, ao invés de nos focarmos na ideia de perfeição, devemos focar na aceitação de nós mesmos, incluindo nossas falhas. O erro não define quem somos; ele é apenas um ponto no nosso caminho, uma lição que nos ensina o que não devemos repetir.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo e nos perdoará os pecados e nos purificará de toda injustiça.” – 1 João 1:9
Até a próxima semana!!!
Eliana Pereira Ignacio é Psicóloga, formada pela PUC – Pontifícia Universidade Católica – com ênfase em Intervenções Psicossociais e Psicoterapêuticas no Campo da Saúde e na Área Jurídica; especializada em Dependência Química pela UNIFESP Escola Paulista de Medicina em São Paulo Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, entre outras qualificações. Mora em Massachusetts e dá aula na Dardah University. Para interagir com Eliana envie um e-mail para epignacio_vo@hotmail.com ou info@jornaldossportsusa.com